Reunidos em um restaurante em
Vila Isabel, no Rio de Janeiro, alguns Irmãos, durante o almoço, conversavam
sobre a nossa Ordem, sobre a evolução e mudança dos rituais e sobre outros
tantos aspectos da Maçonaria.
Naquela ocasião estavam
entristecidos pelo passamento de um valoroso Irmão para o Oriente Eterno e o
encontro no restaurante foi uma ação depois do enterro.
Eram três os Irmãos. Um deles,
valoroso Mestre Instalado e cheio de histórias da maçonaria; outro, um Irmão Mestre com alguns anos de Ordem e
outro, seu afilhado, um Aprendiz que, naquela época, se mostrava com sede de
aprendizado.
Um dos pontos da conversa levou
os três Irmãos a se aprofundarem em muitas questões. O ponto em si era sobre o
tema “Ágape”, seus benefícios para o ensinamento maçônico, quando realizado
somente de maneira discreta e para o congraçamento de todos, inclusive
Cunhadas, Sobrinhos e Convidados, quando realizado de maneira pública.
Naquele almoço, os Irmãos
identificaram que as prioridades outras da vida profana, de uma certa forma,
afastavam os membros e parentes de eventos ricos de congraçamento,
principalmente em cidades grandes como o Rio de Janeiro, onde o esforço de
encontro entre Irmãos parecia ser sempre mais difícil do que em cidades
menores.
Outro ponto da discussão
centrou-se no fato do descuidado atual que percebíamos como gritante em nossa
sociedade, quanto ao desrespeito aos mais velhos. Àqueles dotados de sabedoria
que não mais são prezados e muito menos ouvidos pelos jovens da sociedade
ocidental moderna.
Como terceiro ponto, discutiram
sobre o papel das Cunhadas e como elas são importantes na história de vida dos
Irmãos e em alinhavar uma verdadeira cadeia de união entre elas de tal maneira
que muitas amizades de décadas nascem entre as mulheres de maçons!
Três Irmãos, três níveis
diferentes na Escada, três pontos de discussão e, aí, uma ideia!
Criar uma confraria cujos valores
ditassem exatamente os três primeiros pontos da Missão da Confraria, a saber: “Congregar Irmãos e Cunhadas da Ordem Maçônica em ágapes e encontros de caráter
cultural”; “Promover o respeito aos Irmãos da Ordem que, com sua sabedoria e em
terceira idade muito se deram como verdadeiros Mestres Maçons”; “Valorizar as
Cunhadas e família, através de ações dedicadas a elas”. Tudo isto, independente
da Oficina a qual esteja associado o Irmão.
Assim foi feito; e em um pedaço
de guardanapo daquele restaurante foi registrada de maneira manuscrita a “Ata
de fundação da Confraria” em 28 de novembro de 2015 pelos Irmãos Ney do
Nascimento (C.I.M. 85.810), Carlos Santarem, idealizador da confraria (C.I.M.
234.434) e Francisco Leandro (C.I.M. 293.175). O ato foi testemunhado pelo dono
do restaurante e por ele devidamente assinado no mesmo guardanapo, o Irmão M.M.
José Augusto Coelho de Almeida (C.I.M. 251.229), dono do Restaurante Capelinha em
Vila Isabel.

A Ata elaborada em guardanapo e hoje emoldurada