Nossa Palavra está na Internet
A Palavra agora navega pela rede
Está exposta agora, a qualquer profano.
O bandido perverso terá sido Morgan?
O mundo da Internet nem existia!
Sabemos que são novos os traidores,
Com a mesma sede pelos segredos.
De passe, sagrada, em outras mãos,
Pela Web, circulam por vários sites
Sem os pudores daqueles ditos “Irmãos”
Que falharam em seus nobres juramentos
Entregando o segredo de nossas palavras
A qualquer um, fazendo larga goteira.
Nosso alfabeto, sabemos, também se foi!
Está ele, quase todo, perfeitamente decifrado
Em fonte na qual, cada grafema
Pode ser digitado em qualquer computador.
O bandido perverso terá sido Morgan?
O mundo da Internet nem existia!
Os nossos sinais também se foram!
As batidas deixaram de ser secretas.
Estão a desprezar os antigos anátemas?
Não sofrem o dilema do arrependimento?
Não temem por quebrar o juramento?
Sabem que não terão anistia?
Esses bandidos brincam com os incautos
Como se fossem sábios mestres instalados
Declamando verdades de uma Ordem secular
Lidas em nossos rituais também descobertos.
O bandido perverso terá sido Morgan?
Não, bem que ele assim queria!
Adentrar ao Templo, vasculhar as colunas,
Descobrir as pranchas, ver nossas fortunas,
Brincar com nossas joias e paramentos,
Para, depois, exibi-las todas na Internet.
Marionete do Mal, sabe que falta
A palavra mutável como senha secular
Marionete do Mal, precisa saber decifrá-la.
Depois, num lapso de tempo, entrar.
Terá de agir com esmerada destreza,
Em busca daquilo que chamam “Segredo”.
Sairá desiludido com o que encontrar.
Isto porque, sabemos, segredo não há.
Quem disse que temos sagrados segredos?
Quem disse que construímos, todos, masmorras?
Nós vamos ao centro da terra?
Quem disse que nós usamos caveiras?
Teria sido o bandido do Morgan?
Outro mentiroso da atualidade falando
asneiras?
Não temos segredo!
Enterremos esse assunto!
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