Chega como se fosse homem livre,
Mas a amarra que lhe prende,
Apesar de invisível, é corrente pesada
De uma escravidão latente e perversa.
Não é escravo de apenas um,
Mas de uma elite descaradamente abusada.
Elite que abandonou o velho casarão,
Que se sente dona por direito
De todas as riquezas da nação.
Tem ela, sob o seu comando
E em sua mão, bem remunerados
Os vassalos com poder de decisão.
Sua luta contra essa histórica tirania,
Em busca de sua alforria desejada,
Não exigirá de você sangue derramado.
Não exigirá capa e espada.
Exigirá a retórica e a dialética,
E bom discurso em sua mão.
Sua imagem de gente fina; distinta,
Escrevendo novas leis com sua tinta!
Escritos com boa e refinada redação,
Servirão para ajudar a formar opinião.
Pode ser uma prancha bem feita,
Um poema, uma canção de protesto,
Uma peça de legislação, uma tela.
Tudo com sua tinta e inspiração!
Formará exércitos; é o seu dom.
Sua liberdade; a de seu Irmão,
Serão construídas com estratégia e tática
Conduzidas e dedicadas à verdadeira liberdade.
Sua, dele e da sua nação.
Serão soldados em cadeia de união!
Há de se esperar muita resistência
Prepare-se para injúria, calúnia e difamação.
Sentirá a força perversa dos lobbies
Desprezando as necessidades do seu Irmão;
Desprezando a fome do seu Irmão.
A sua espada? Deixe à mão.

"Homem livre na escravidão" de Carlos Santarem - 234.434 está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
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